A flor da pele

A minha pele pintada

É veste de minh´alma nua

De minha tez alvejada

Qual a textura da lua

A minha pele tingida

Por tanto tempo açoitada

Pra todo tempo ferida

Pra vida inteira marcada

A minha pele cortada

Cicatriz seduzindo a navalha

Ferida rasgando a malha

Por vida inteira estampada

A minha pele alvoroçada

Chicoteada pelos algozes

Sem piedade torturada

Por criaturas atrozes

A minha pele rugosa

É como um tronco enrugado

De uma árvore frondosa

De uma vida sem gabo

A minha pele sem cor

A minha textura rupestre

Do alecrim mais campestre

De um jardim já sem flor

A minha pele sem vida

Esconde um sangue vermelho

Venoso como um espelho

Que te revela a ferida

Na minha pele riscada

A vida cravou seus caninos

E deste sol setembrino

Em UVA´s bronzeada

A minha pele cansada

De tantos anos de lida

Agora será libertada

Na terra morta, na planta viva.

CarlosViana
Enviado por CarlosViana em 22/09/2011
Código do texto: T3235093
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