Incógnita
Eu não sou o que ensina,
Talvez o que aprende,
Tão certo o que atende,
Tampouco o que opina.
Eu não sou o que aceita,
Não presto continência,
Tampouco reverência,
Eu sou o que rejeita.
Eu não sou o que pede,
Tão menos o que implora,
Mas sou quem se deplora,
Pelo justo que se negue.
Eu não sou o que sorri,
Do miserável que chora,
Do faminto que aflora,
Teus anseios por nutrir.
Eu não sou o que fraqueja,
Ante o pecado que vejo,
Não me iludo com um beijo,
Ante o Judas que peleja.
Eu não sou o que manda,
De sobra me falta tino,
Eu sou todo desatino,
Juízo bem longe anda.
Eu sou a grande verdade,
Dessa vistosa mentira,
Sou eu quem já se retira,
E não vos deixa saudade.
Carlos Roberto Felix Viana