Incógnita

Eu não sou o que ensina,

Talvez o que aprende,

Tão certo o que atende,

Tampouco o que opina.

Eu não sou o que aceita,

Não presto continência,

Tampouco reverência,

Eu sou o que rejeita.

Eu não sou o que pede,

Tão menos o que implora,

Mas sou quem se deplora,

Pelo justo que se negue.

Eu não sou o que sorri,

Do miserável que chora,

Do faminto que aflora,

Teus anseios por nutrir.

Eu não sou o que fraqueja,

Ante o pecado que vejo,

Não me iludo com um beijo,

Ante o Judas que peleja.

Eu não sou o que manda,

De sobra me falta tino,

Eu sou todo desatino,

Juízo bem longe anda.

Eu sou a grande verdade,

Dessa vistosa mentira,

Sou eu quem já se retira,

E não vos deixa saudade.

Carlos Roberto Felix Viana

CarlosViana
Enviado por CarlosViana em 17/09/2011
Reeditado em 17/05/2012
Código do texto: T3225796
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