Pulse
Nasci e no hospital,
Podiam acompanhar,
Ver se o pulso estava normal,
Assim comecei a pulsar.
Fui desenvolvendo,
Talvez mais do que isso,
Diria que me envolvendo,
Dessa forma que resisto.
Um dia aquela sensação,
De perigo diante do medo,
Logo sentimos a pulsação,
Impressão que aparece cedo.
A raiva por uma discussão,
O coração acelera,
O sangue parece em ebulição,
O pulso acelera.
A primeira paixão sentida,
A busca pelo ente desejado,
Pulsar que nos anima,
Algo surpreendente, inusitado.
Adrenalina em dada situação,
Um acidente, os bofes pra fora,
Às vezes perdemos a noção,
Noutros tempos o pulso mede horas.
Adoecemos e vamos ao médico,
Auscultar, tantas outras fórmulas,
Palpando, esse é o método,
Dessa forma criamos nossas histórias.
É numa corrida praticada,
Que a pulsação se faz forte,
A voz fica entrecortada,
Alguns pensam na possível morte.
Em dado instante ficamos excitados,
O pulsar vai pra baixo, pro pênis,
É prazeroso pulsando durante o ato,
Ainda mais gozando prazerosamente.
O sangue que dizem ter sido injetado,
O fluxo pelas veias ressaltadas,
Uma enxaqueca e o semblante alterado,
Sofrimento com dores impensadas.
O coração continua bombeando,
Mas não é apenas simples mecânica,
Nós que estamos pulsando,
Algo mais sutil manifesta essa dinâmica.
Pulsando da cabeça aos pés,
Explodindo o peito e o falo,
Seja por alegria ou estresse,
Vivemos como seres pulsados.
Num momento damos conta que é o fim,
Dizem “o pulso ainda pulsa”,
Mas até quando? Iremos até quando prosseguir?
Existência, uma pulsante luta.