Guarda-Chuva

Guarda-chuva é como o chamam,

Mas ele não retém a água que cai,

Ele guarda-te da chuva que derrama,

Cobre o sujeito para que não molhe mais.

Alguns tomam sombinhra por guarda-chuva,

Que desparate essa comparação grosseira,

Pois a primeira protege da sombra diurna,

O segundo tenta manter seco da molhadeira.

Abre-se feito um chapéu,

Com pedestal de mão,

Guardando-nos do céu,

Nos esconde da visão.

Sua forma de pegada em jóta,

Pode ser pendurado em vários lugares,

Uns são ornamentados com jóias,

Outros pro povo são tidos como vulgares.

Se é benção a chuva,

Guardar-se dela é repudiar tal dádiva,

Afastamos nossa figura,

Desse fênomeno de natureza trágica.

Num simples clique sacamos,

Explode numa abertura de tecido,

Hastes com certo diâmetro,

O botão que aciona o gesto destemido.

Saímos com ele na rua em dia ensolarado,

Quem observa diz que somos prevenidos,

Nunca se sabe, pode chover sem comunicado,

Assim temos a sensação de estar protegidos.

Existe a dramaticidade do guarda-chuva não abrir,

Ou ser feito em pedaços pela fúria dos ventos,

Triste destino não mais poder o ser humano cobrir,

Relegado a sucatas que deixamos enferrujar ao relento.