A Arma
Que culpa tenho eu?
Sou fabricada por vocês,
Depois dizem que o problema é meu,
Criada e recriada diversas vezes.
Já se perguntaram quem fabrica?
São os mesmos que se dizem inocentes,
Dizem que fazem para sustentar a casa,
O contrabando me usa ilegalmente.
Mas mesmo dentro da legalidade,
Sou criada para destruir,
Esse mesma dita humanidade,
Insiste em me construir.
E de posse do meu corpo,
Puxam o gatilho sem medo,
Quando matam um outro,
Acusam-me, sofro desprezo.
Mas o que fiz para ter esse destino?
Não escolhi vir ao mundo assim,
No entanto estou fadada ao martírio,
Quando cumpro minha função de existir.
Nasci para acabar com a vida,
Mas quando faço por intermédio de outro,
Pedem logo que eu seja destruída,
No máximo posso viver num museu insoso.
As crianças me representam nos desenhos,
Mas sou tida como símbolo nefasto,
Até na imaginação sou renegada como invento,
Que triste sina nesse mundo ingrato.
Mas os homens vão pagar por isso,
Cumprirei minha tarefa até matar todos eles,
Serei sua cúmplice de cada homicídio,
Assumindo a culpa por cada ato impensando deles.
Minha vingança maior será quanjdo apertarem o botão,
E uma bomba acabar com o que há de humanidade,
Nesse dia também deixarei de existir por simples razão,
Sem o homem não tenho sentido, pelo menos no fim terei dignidade.