A Árvore

Cativa o olhar com sua forma frondosa,

A árvore se faz presente de forma ramificada,

Sua magnitude é de fato esplendorosa,

Finca com firmeza as raízes por baixo do solo, enterrada.

Serve como referência a um ponto de encontro,

Alimenta com seus frutos animais que investem contra seus galhos,

Outras vezes oferta à terra o pão como abono,

Sua sombra refresca mesmo naqueles dias mais acalorados.

Vai crescendo e tomando conta da paisagem,

Suas formas fazem a imaginação inspirar-se,

Quando está isolada e longe, parece miragem,

Outros desejam derrubá-la por infeliz disparate.

Acolhe crianças que trepam em seu tronco,

Namorados embaixo dela se amam de forma romântica,

Felinos escalam e espreitam, causando espanto,

Certas espécies, por sua opulência, alguns amedronta.

Árvore da vida que engendra sefirots,

No Paraíso causas-te o problema do pecado,

Frutos comidos que geraram má sorte,

Talvez faltou sabedoria ao casal insensato.

Sua folhagem é outro universo,

O vento faz balançar e esparrama seus adornos,

Raios lhe partem feito divino protesto,

Sem contar o perigo iminente que gera fogo.

E os ninhos que ampara feito mãe zelosa,

Além do galhinho cedido a algum privilegiado,

Riscam de forma cortante a casca rugosa,

Alguns alegam que é tradição de namorado.

Sua petulância em viver até séculos,

Atemoriza os com prazo vivente mais curto,

Talvez explique o homem que depedra, feito um cego,

Odiando o que vai além de seu percurso diminuto.

Seu sangue derramará em forma de seiva,

Sem choro, apenas o entristecer de galhos murchos,

Até o dia em que o humano reconheça,

Que o todo compreendido afeta o incompreensível tudo.

E possa um novo beijo apaixonado,

Revigorar o arvorecimento genealógico,

Consubstanciando estes orgânicos simpáticos,

Chegando a harmonia de um sentido utópico.

Mostre-nos o ciclo através do fruto,

Fazendo nascer a semente ou mesmo um broto,

Para no fim vermos apodrecido no futuro,

Para que venha um novo existir, um após o outro.