O Ventilador
Venta, e como venta,
Lufadas de ar espalhadas,
Pode ir girando de forma lenta,
Ou rapidamente com a hélice a girar.
Faz voar papéis soltos,
Usa-se um peso para conter a rajada,
Espalha o que é mais leve que seu sopro,
Só ficam os mais austeros, formas mais pesadas.
Os cabelos mais finos se rendem,
Os compridos quase se desprendem,
Os pelinhos se ouriçam de forma patente,
Os carecas apenas a resistência do ar sentem.
Gira, gira, ventilador,
Expulsando insetos indesejados,
Rodando até esquentar o motor,
Amenizando o desespero dos acalorados.
Vez ou outra algo agarra,
Muda o som do rodopiar,
Qualquer tufo o engasga,
Pode até sua mecânica enguiçar.
Compete com o ar condicionado,
Mas muitos alérgicos preferem você,
Swem contar seu valor, favorece os menos abastados,
Um guerreiro que se modifica para a modernidade atender.
Cuidado com o dedinho da criança,
Desligue na tomada em caso de chuva de raio,
Senão queima o aparelho e acaba a esperança,
De sentir o vento fresquinho ou mesmo o vento abafado.
Também levanta poeira,
Pode refrescar outra máquina quente,
Auxiliar a secar a roupa da passadeira,
Além de outros tantos talentos que lhe inventem.
Mesmo os computadores ditos modernos,
Tem lá no fundo seus coolers (ventiladorzinhos),
Não se tata de exaltação de clérigos,
Mas tecnologia que tenta fugir aos racionalismos.
Coincidência ou não, existe o misticismo,
Sobre as espirasi que animam com seu fluxo rotatório,
Talvez esse objeto seja muito mais íntimo,
Consubstanciando uma materialidade de sentido aleatório.