Senhora Pobreza

Estava sentado,

E passaste por mim.

O teu perfume se gravou em minha alma.

Tão logo, eu perdi a calma,

Pus-me a avançar

E, ao correr, fui te buscar.

Fui criticado, perseguido;

Ultrajado e excomungado.

Tudo por seguir o que ninguém seguia;

E querer o que jamais alguém quereria.

O que eu posso fazer,

Se diante de ti morreu a minha indiferença?

Amar-te nesta vida faz, para mim, a diferença.

Tua meiga voz quero obedecer;

Inclinar-me em teu leito e tuas entranhas auscultar.

Pois, no teu ser eu quero ser.

Teus andrajos não escondem tua beleza.

A verdadeira bondade é ser um contigo:

Ó minha Senhora, Senhora minha: Senhora Pobreza!

Frei Michel da Cruz
Enviado por Frei Michel da Cruz em 18/11/2010
Código do texto: T2623160
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