CORSÁRIO
Sentimentos vertendo seu absinto
Nesse solitário e fugaz anoitecer
Nos pintando esse audaz sudário
Donde o corpo é seu mero render
Emoções desaparecendo na soleira
Dessa porta rendida as doces ilusões
Que hoje ardem na lareira da morte,
Denunciando a sua vazia e fria sorte!
O destino denotando sua presença,
Esbravejando a sua amarga solidão
E jorrando essa sua síngela crença
Que a cada estação deixamos de viver!
O tudo ou o nada, o mundo ou a alma,
Momentos e sentimentos esquecidos
No que hoje aparece ser o meu recinto
Por ser tudo o que simplesmente sinto!
A liberdade corsária em sua mais síngela verdade!
Salomé
Ess. “Marés e Desertos”