DESERTO

Sentimentos vertendo seu absinto

Nesse solitário e fugaz anoitecer

Que nos pinta esse audaz sudário

Do nosso corpo em seu mero render

Emoções desaparecendo na soleira

Dessa porta rendida as doces ilusões

Que hoje ardem na lareira da morte,

Denunciando a sua vazia e fria sorte!

O destino denotando a sua presença,

Esbravejando essa sua amarga solidão

E jorrando sua eterna e síngela crença

Que a cada estação deixamos de viver!

O tudo ou o nada, o universo ou a alma?

Momentos, sentimentos em prosa e verso

No que hoje aparece ser meu uníco recinto

Por ser o nada que eu simplesmente sinto!

Salomé

Ess. “Marés” 2009

Salomé
Enviado por Salomé em 20/08/2009
Reeditado em 21/08/2009
Código do texto: T1764830
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