DESERTO
Sentimentos vertendo seu absinto
Nesse solitário e fugaz anoitecer
Que nos pinta esse audaz sudário
Do nosso corpo em seu mero render
Emoções desaparecendo na soleira
Dessa porta rendida as doces ilusões
Que hoje ardem na lareira da morte,
Denunciando a sua vazia e fria sorte!
O destino denotando a sua presença,
Esbravejando essa sua amarga solidão
E jorrando sua eterna e síngela crença
Que a cada estação deixamos de viver!
O tudo ou o nada, o universo ou a alma?
Momentos, sentimentos em prosa e verso
No que hoje aparece ser meu uníco recinto
Por ser o nada que eu simplesmente sinto!
Salomé
Ess. “Marés” 2009