VIDAS E DESPEDIDAS
Vidas que se seguem e nos perseguem
Destemidas, frantícas e desmedidas,
No auge desse nosso destino sem razão
E nas trilhas dessa sina sem limitação.
Tantos foram os encontros e depedidas
Dissipados em paixão e na sofreguidão,
Condenados entre sorrisos e lágrimas,
Por vezes nem somente um uníco olhar!
E hoje mais uma vez no alento do tempo,
Estamos face a face neste cru sentimento,
Olhos nos olhos nessa confusa sensação
De um invisivel laço e sua profunda união.
Confusos, vazios, tremendo sem entender,
Como se no bordo dum perigoso precípicio,
Prestes a caír nas aguas sombrias e temidas
De memórias perdidas mas jamais esquecidas
Ofegantes ante o implacável desejo e o querer
E um estranho medo de voltar a amar e a ser,
Divididos entre o amor e um abismal temor
De se render para no final apenas dizer adeus!
As lágrimas correm sobre a implacável dor,
Nada faz qualquer sentido, nada é entendido!
Os corações suspiram, se amam, se libertam
Nessa emoção que perdeu o controle e razão!
O amor tem o gosto da dolorosa sofreguidão
Fomentando essa nossa infinita sede e fome
Que não mais dorme mas adormece no desejo
Dum dia poder de novo sentir esse síngelo beijo.
Salomé
Ess. "Guardião dos Sonhos" 2009