Magia Que Há

[Ao anjo1803]

Ah anjo perdido

Que faço para que me toques?

Que faço para que não me toques?

Que faço que não compreendas?

Que segredo resiste a tua perspicácia?

Assim

Do jeito que falas

Com as janelas abertas

Com o vento soprando

Não temes que as almas franzinas

De leveza incomum

Se precipitem no abismo?

Anjo de sonhos,

Anjo dos sonhos,

Teu segredo é meu segredo!

Por onde foste,

De onde vinhas

Em algum lugar nos encontramos

Nós é que não vimos

Nós é que não vimos

E seguimos nossa estrada

E seguimos

Perdidos entre aqui e acolá

Entre seres e pedras

Entre noites e dias

No mormaço das coisas

Nos gestos alheios

Na dor que perdura

Nós nos perdemos.

E agora que falas

E agora que cantas

Um canto sincero

Na substância da noite

Eu te amparo, eu te consolo

Ser diferente, Ser de mil faces

Habitante ausente

Dos confins infindos

No corpo presente

Também dissolvido

"Entre o hoje e o amanhã"

Eu te encontro

E te busco

Com um vazante coração

A querer te abraçar

Num lance ligeiro

Num carinho extremo

De acordo e amor...

Aqui vou parar

São longos delírios

Criações infinitas

E te deixo seguir

Te acompanhando no olhar

Mas não vá muito longe

Mas não vá muito rápido

Pois quero te ver

Mesmo perdida

A passear por aí

A não querer, mas sempre insistindo

Na vida que há...

Sebastião Alves da Silva
Enviado por Sebastião Alves da Silva em 12/04/2006
Reeditado em 12/12/2013
Código do texto: T137668
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