A Aproximação

I

No caminho seco

Que lembra uma garganta

Vou de passo lento,

Mas em nada o passo adianta...

Não olho para trás

Por está se apagando,

À medida que caminho,

O caminho em que vou andando

Em frente um sol vermelho

Da antes raquítica planta

A me observar voa uma ave,

A taciturna que não canta

A infinidade de terra

Me pede para parar

Dizendo que estou perdido,

Mas nisso não posso acreditar

O corpo se recolhe em si,

É de pedra uma fortaleza

Que vê em estar vivo

Sua única forte-beleza

II

Depois de muito andar

Nesse mar de secura

Vi obliquamente despontar

À esquerda pequena figura

Parei a uns passo dele...

Eu pensei em falar

Mas tinha uma brasa na boca

E nada pude comentar

Porém, os meus olhos

Me saltaram da cara

A abrir bem os ouvidos

Para ouvir a sua fala...

“De onde vens

“Pra onde vás

“És filho de Deus

“Ou de Satanás?!”

Sebastião Alves da Silva
Enviado por Sebastião Alves da Silva em 09/04/2006
Reeditado em 14/04/2006
Código do texto: T136114
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