A Aproximação
I
No caminho seco
Que lembra uma garganta
Vou de passo lento,
Mas em nada o passo adianta...
Não olho para trás
Por está se apagando,
À medida que caminho,
O caminho em que vou andando
Em frente um sol vermelho
Da antes raquítica planta
A me observar voa uma ave,
A taciturna que não canta
A infinidade de terra
Me pede para parar
Dizendo que estou perdido,
Mas nisso não posso acreditar
O corpo se recolhe em si,
É de pedra uma fortaleza
Que vê em estar vivo
Sua única forte-beleza
II
Depois de muito andar
Nesse mar de secura
Vi obliquamente despontar
À esquerda pequena figura
Parei a uns passo dele...
Eu pensei em falar
Mas tinha uma brasa na boca
E nada pude comentar
Porém, os meus olhos
Me saltaram da cara
A abrir bem os ouvidos
Para ouvir a sua fala...
“De onde vens
“Pra onde vás
“És filho de Deus
“Ou de Satanás?!”