DESACERTO RITMADO
No canto, chora a menina.
Gatinho toma a vacina
A pipa que não empina
A verdade é calendário
Como troca de bebê em fraldário
dança o comparsa estelionatário
Na mão do tempo.
Túnel sem luz, o contratempo
Sorteia rifa a contento
A lágrima não é canção.
Melodia é frio de verão
Vontade que migra na estação
Tem gente que não chora,
Sapo que ri a qualquer hora
Noivo que não contesta demora
não ri, e não aplaude.
Só chora do tempo a saúde
Em lotes de vida em ataúde
O relógio apenas pulsa.
Desacelera o carro sem repulsa
Compra pílula avulsa
No pulso do tempo, ensaio
Desequilibrada na corda, eu não caio
Sois a pino tem algum raio,
voltas, e algumas paradas...
Corças, morsas vivas nas floradas
Decoram fáceis velhas tabuadas
O coração é músculo cardíaco,
Anjos professam ritual demoníaco
Bestas mergulham no sal amoníaco
descompassado.
“Cuore “ faz arrebatamento alado
Nas fímbrias do corpo retalhado
Arranco algumas folhas mortas
Dos braços das ampulhetas tortas
Abro as portas,
desse pé de vento, o tempo.
LuciAne
Denise Severgnini
A idéia é completar a Poesia cubista com um dueto transformando em poesia com rima, e deixar outra poesia cubista para o próximo.O titulo quem coloca é quem faz o dueto!
No canto, chora a menina.
A verdade é calendário
na mão do tempo.
A lágrima não é canção.
Tem gente que não chora,
não ri, e não aplaude.
O relógio apenas pulsa.
No pulso do tempo, ensaio
voltas, e algumas paradas...
O coração é músculo cardíaco,
descompassado.
Arranco algumas folhas mortas
desse pé de vento, o tempo.
LuciAne