Conto de mundos afins, sem moral da história.

 

Quando aquela estrelinha 

Saiu de um pretérito mundo, 

E precipitou no meu,

Houve um impacto profundo, 

Que até meu sol reacendeu.

E fez-se luz, calor e vida…

E o refrigério de imensa paz…

E a estrela que se julgava perdida,

Decadente, inconsistente, fugaz,

Numa de suas pontas, ao ver seu novo mundo,

Estampou o sorriso de quem se encontrou…

E como num conto de Esopo fui escopo fecundo, 

E a estrelinha feliz, a última ponta em mim fincou…

Mas os ciclos não se fecham numa só estação,

E as estrelas cadentes tangem o céu, todos os dias,

Mas se o inusitado conto se deu, em pleno verão,

A estrelinha, de cadente, é promovida à estrela guia. 

E serei, com um telescópio, um eterno vigia,

Tudo a mando incontestável, de um grudento coração.