Futilidade.
A sombra que me acompanha, me intriga,
Sempre espero que ela comigo prossiga,
Enquanto houver um resto de luz em mim.
A sombra que se move, paciente, à minha frente,
Que de lado ou pelas costas, me segue impenitente,
E que comigo, eu acredito, se arrastará até meu fim.
A sombra própria é, por sinal, tão dispensável,
Sinceramente, às vezes nem a percebo,
Ela inexiste no tempo chuvoso, instável,
Não cai, não levanta, nem me acompanha quando bebo.
Essa sombra, que me assombra ao sumir,
E me deixa só, de forma tão fria!
Eu nunca sei quando ela fica ou vai partir,
Ledo engano,ela não some, simplesmente, é meio-dia..