REVAVELA
Primavera
Eras,
Tempos,
Mudanças
De
Ventos,
Amargo
Regresso.
Na
Estrada
Flores,
Chão bruto,
Barro...
Paredes opostas,
Vidros quebrados
Os cactos,
Estrada ,
Andarilho
Idas
Em verdes mares,
Desterro.
Lírios,
De luto, luto...
Palmeiras,
Cajazeiras,
Chego.
Insanos demônios da tua mente sã
Labirintos obscuros e exilados
Desse mundo cruel e com dor,
Sem ardor desse desespero, o ermo...
Que baila na superfície no obscuro
Atrás da luz do meio dia.
Um dia
Isolado
Meio-dia,
Restinga
A tinta
Do céu chorando
Num vale de pétalas.
Alvorecer,
Ser,
Florescer,
Manhas de luar,
Sol,
Guarda-chuva,
Chuvisco.
Atalaia! Atalaia! Atalaia!
Do alto, clamo, cismas
Em baixo, escutas, bramado...louvores
Primeiro amor, ó, céus
Num céu de cetim.
Digo, falas para mim
Se minha vida é-me céu
Onde estão os corações de papéis?
Minha dor, minha, só minha dor
Triste, triste passagem
Ermo deserto alado
Água de aruanda num pote
Bênção que não chegava
Grito mudo em triste dor.
Minha história de medos, males...
Dores de parto na minh’alma
Sangue coalhado, sorriso inebriante
Fados... canções dos mares
Lira, lírico, poemas em vãos
Redondinhas e sonetos
Cantares, um grito de alerta
Que vagueia pelas ondas dos mares
Em espumas de retalhos
Que os pássaros levam
Para os telhados
No tempo de chuva.
Olhos verdes, castanhos... montanhas
Dos mares o azul, barcos despidos
Porque do das árvores saem o mel,
São verdes os teus olhos de fel
Na única esperança,
Fazei-me crer na terra brava
Que andarilho fostes
Nos bares da vida em tango.
Chão bruto
Terra seca, vazia
Capim, palha queimada, fumaça
Estopim, beijo molhado
Serafins, querubins, anjos, arcanjos...
Mentiras de camarim.
Mito, imito, ilusão sem fim...
Da terra nasce os homens
Mulheres setenta
De alho com bugalho
Misturando-se no assoalho
Gim e Tonico.