ATALAIA
Eu sou o colecionador de pedras
Sou a espera da notícia
Sou a dúvida persistente
Uma metáfora distorcida
Esfera sem inferno num céu profano
Um homem duplicado
Nesse se houvesse amanhã
Em busca de abrigo
Numa cidade de sal
Pelo sol luas despem-me
Onde os ossos doem
E os pensamentos me dizem palavras
Sendo assim, eu desisto de meu nome
Porque sou o fantasma dessa ópera
Nesse universo finito
Que sinto o infinito
Que julgam-me e dizem falácias
Na minha ausência
Porque Deus permite
Porque para casa devo voltar
Nesse advento real.