Ininteligível
E se tudo for fábula
de um escritor da gente
Se só formos ideias
de uma fantasia da mente
Se o céu que se azula
nem for céu realmente
Se a mão que adula
nem mesmo for presente
Se o chão que se pisa
é sem norte e oriente
Se o vento nem for brisa
que ameniza o quente
Se esse nosso Sol
nem mesmo tiver poente
Se tudo for como anzol
para uma ilusão dolente
Se a chuva não rega
e nem nasce rio corrente
Se o mal que se prega
nem conhecer a serpente
O que será de nós
nesse vazio tão evidente?
No silêncio da voz
até o eco fica doente
16-07-2022
11h03min