Ininteligível

E se tudo for fábula

de um escritor da gente

Se só formos ideias

de uma fantasia da mente

Se o céu que se azula

nem for céu realmente

Se a mão que adula

nem mesmo for presente

Se o chão que se pisa

é sem norte e oriente

Se o vento nem for brisa

que ameniza o quente

Se esse nosso Sol

nem mesmo tiver poente

Se tudo for como anzol

para uma ilusão dolente

Se a chuva não rega

e nem nasce rio corrente

Se o mal que se prega

nem conhecer a serpente

O que será de nós

nesse vazio tão evidente?

No silêncio da voz

até o eco fica doente

16-07-2022

11h03min

Murillo diMattos
Enviado por Murillo diMattos em 16/07/2022
Código do texto: T7560861
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