Nos Escaninhos Empoeirados de Minha Alma

Num escaninho empoeirado de minha alma

Há um universo que funciona sem quaisquer leis

Caótico, imprevisível, errático

Ele se expande e se contrai

E atrai, com sua tirânica gravidade

A eternidade desoladora de algum deus

Num escaninho empoeirado de minha alma

Há tomos de livros em decomposição

Refeição dos vermes, (a carne é tira-gosto)

E há palavras perdidas em páginas em branco

Nos compêndios de minha alma

E nos silêncios que ela recita

Num escaninho empoeirado de minha alma

Não há calma, nem desespero

Há um universo que Planck e Bohr estranhariam

E naufragariam em mares de equações inúteis

Fúteis tentativas de apreender a loucura

Da parte mais pura que se esconde em minha alma

Marcelo Simas Pereira
Enviado por Marcelo Simas Pereira em 16/02/2022
Código do texto: T7453420
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