Nos Escaninhos Empoeirados de Minha Alma
Num escaninho empoeirado de minha alma
Há um universo que funciona sem quaisquer leis
Caótico, imprevisível, errático
Ele se expande e se contrai
E atrai, com sua tirânica gravidade
A eternidade desoladora de algum deus
Num escaninho empoeirado de minha alma
Há tomos de livros em decomposição
Refeição dos vermes, (a carne é tira-gosto)
E há palavras perdidas em páginas em branco
Nos compêndios de minha alma
E nos silêncios que ela recita
Num escaninho empoeirado de minha alma
Não há calma, nem desespero
Há um universo que Planck e Bohr estranhariam
E naufragariam em mares de equações inúteis
Fúteis tentativas de apreender a loucura
Da parte mais pura que se esconde em minha alma