CAVERNA ALÉM DO MAR

CAVERNA ALÉM DO MAR

Eram dez horas de uma manhã,
Vendo uma índia louvar Tupã,
Naquela taba de um clã pagão,
Se não conheço religião.

E todo povo faz oração,
E crê num mundo além do chão,
Que num segundo em rotação,
É mais profundo que a emoção.

Mas antes disso, na madrugada,
Revendo os galos que quero ouvir,
Junto ao canto da passarada,
Vejo os ensaios de um colibri.

E na caverna eu vou entrar,
Se minha glicose não decair,
Pois Mangabeira longe está,
Se eu adentrar e não mais sair.

E como peixe vou mergulhar,
Se o cachalote me permitir,
Na minha caverna além do mar,
Após o mundo, vou emergir.

Mãos dadas ao tempo,
Terei que aceitar,
Sendo o vento além do mar,
Vou mar adentro pra seduzir.

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Publicada no Facebook em 24/01/2020