Navegante
A noite se fez e logo após a regressão
Como há anos, o corredor e os portões
Andei por uns metros e os vi sorridentes
O corpo e a mente em ocultas distinções.
Era nítido o ocorrido, e algo extraordinário
O diálogo difícil e norteado pela insanidade
Mas o raciocínio de ambos em pura sintonia
Deixou às claras tudo na abstrata realidade.
Os anjos de antes e suas faces tão confusas
Os cabelos queimados e o olhar desentendido
Foi-se por uns minutos com a sua indagação
Ideias conflitantes do que possa ter havido.
A nós, a Irmandade, e tudo em panos limpos
O velho em trajes novos e a mente como anciã
A ampulheta quase finda e a lâmina que fere
Preso nesse cárcere e adepto a um novo clã.
O futuro se revelou em seus vinte e quatro anos
A volta inesperada e os dizeres tão importantes
Mas em um segundo me vi em confusa escuridão
O tempo me escolheu dentre os raros navegantes.