KISS... O BEIJO DA MORTE!
Ah...
Quem me dera!
Poder escapar desse dragão,
Evaporar-me dessa ameaça,
Esconder-me desse cálice amargo,
Vinho tinto em sua fumaça.
Quem me dera...
Se esse animal não existisse,
Que sua ficção não saísse da mente;
Que sua fumaça intravenosa,
Morresse interiormente.
Abriríamos um caminho na chama ardente,
Arremessar-nos-ia para fora,
Beberíamos a água da vida,
Calando todos os tormentos,
Sanando a desgraça indevida.
Se a Lua...
Engolisse esse dragão,
Que abrasa nossas almas;
Se a Lua...
Transportasse ao infinito;
O que aflige as vivalmas.
Nossos entes não chorariam,
Não iriam ranger os dentes.
Não haveria lástimas,
Jamais cairiam de joelhos,
E O Celestial...
Não colheria essas lágrimas.
Os lábios do terror,
Encostam sem comoção,
E num beijo desalma,
Suga com sofreguidão,
Com seu hálito intoxicante,
Ducentésimas almas.
Interrupção chocante!
Ah...
Quem me dera!
Livrar-me dessa escuridão,
Libertar-me dessas asas,
Que nos leva a imensidão!
Homenagem as pessoas mortas na Boate Kiss em Santa Maria - Rio Grande do Sul!
OSIASTE TERTULIANO DE BRITO
03/08/2016
Loanda – Paraná