Olaria


Minhas vogais são vermelho-carmim,amarelo-lilás e azul -cobalto;
Meu chão tem papel marchê ,serpentinas e madrigais,tem erva daninha,
canteiro de papoulas,e um tom de cheiro floral,e cedro pra escrivaninha!!

Meu verso então se faz,bem de perto,um lábio ao outro,róseo e vil,
Carrego mundo inteiro,no teu corpo, cor -moreno,além do vôo,vaso de oleiro,
torpor,por ser pacto e parto , bem além,vida,de breve palco,a sentença dada!

A poesia  e o verso,cala a alma,sai de onde caímos e amamos,sustento lasso!
Que foi então com a sentença dada,doada se tinta-nanquim e caneta-tinteiro perdeu?Na agrura do remo e da canoa de colher lírios de junco de beira de rio?!
Faliu a poesia,de levá-la distraída pra todo poeta,nos seus milênios de pedra?!

Minhas vogais,todas ,antes tão tuas,carmins e lilazes e cobalto,feito particular 
arco-iris ;Já lamenta e passa vocábulo alternando, o  que usamos,fel, e absinto,
e ainsa sonhamos ,cama de varanda,mais pedra de se entregar palavra,redigida,
que é a de nascer,ou de se perder em apenas um elemento que some,o amar!!

 
MaisaSilva
Enviado por MaisaSilva em 14/02/2019
Reeditado em 14/02/2019
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