MARILAMA

Ouçam esse barulho,

Descendo a ladeira,

Anunciando forte;

Badalando campos e árvores,

O sino da morte.

A essência da vida,

Desaba morro abaixo,

Ascendendo a chama ao mundo;

Demonstrando mais uma vez,

Um país nauseabundo.

Da madre a reclama...

Ai meus rios,

Ai meus peixes,

Ai minhas crianças,

Ai meus bichos e plantas,

Ai minha esperança!

Como irei viver,

Nesse tão grande tormento;

Tudo a ruir,

Tudo a desabar,

Nada a usufruir.

Estou me afogando,

Neste lamaçal;

Que corre das más ações,

Do dinheiro que escorre;

Dos que mentem em palavrões.

Minha seiva contaminada,

Da química que me embriaga,

Da lama, dos odores,

Da dominação tirânica,

Toldada nessas flores.

Ai meu céu!

Que jamais verei em cores;

O Sol não nascerá;

A Lua morrerá;

A vida e seus horrores!

Quando por ventura vir,

O porvir que está porvir;

Deitado nessa cama,

Ficarei sem sorrir;

Com esse cobertor de lama.

Ai me dói tudo!

OSIASTE TERTULIANO DE BRITO

11/03/2016

Loanda – Paraná

Osiaste Tertuliano de Brito
Enviado por Osiaste Tertuliano de Brito em 26/01/2019
Reeditado em 26/01/2019
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