Teu licor, conhecimento
Não que tenha bebido-te espontaneamente,
Nem tampouco te beba com frequência,
Na verdade, tu pareces-me amargo!
Ó conhecimento, e teu ser tão fermentado.
Quando bailamos
Sempre piso no teu pé,
Tu porém, és insistente,
E ensinas como te encantar,
Na verdade não te encanto,
Só permito-me levar,
Me conduzes pelo tango,
Depois deixo-te a chorar!
Não tenho a estirpe de frescuras,
Por isso ponho-me a falar
Coisas que talvez te espante,
Mas tu és cola, e em mim quereis grudar.
Em nossos encontros casuais,
Nunca sei se sou eu,
Ou se és tu no palco principal,
Só sei que depois de feliz encontro,
Meu coração diz ter sofrido
Um golpe fatal.
Teu hálito queima,
Teu pele se rejuvenesce,
Como ousaria contigo ficar,
Ainda que somente meu espírito
Ao beijar-te quebrante-se e cresça?
Sou feliz quando te encontro,
Teu falar é o meu óleo,
Tudo em mim desinferruja.
Mas também és minha tortura.