Teu licor, conhecimento

Não que tenha bebido-te espontaneamente,

Nem tampouco te beba com frequência,

Na verdade, tu pareces-me amargo!

Ó conhecimento, e teu ser tão fermentado.

Quando bailamos

Sempre piso no teu pé,

Tu porém, és insistente,

E ensinas como te encantar,

Na verdade não te encanto,

Só permito-me levar,

Me conduzes pelo tango,

Depois deixo-te a chorar!

Não tenho a estirpe de frescuras,

Por isso ponho-me a falar

Coisas que talvez te espante,

Mas tu és cola, e em mim quereis grudar.

Em nossos encontros casuais,

Nunca sei se sou eu,

Ou se és tu no palco principal,

Só sei que depois de feliz encontro,

Meu coração diz ter sofrido

Um golpe fatal.

Teu hálito queima,

Teu pele se rejuvenesce,

Como ousaria contigo ficar,

Ainda que somente meu espírito

Ao beijar-te quebrante-se e cresça?

Sou feliz quando te encontro,

Teu falar é o meu óleo,

Tudo em mim desinferruja.

Mas também és minha tortura.

Lirianna
Enviado por Lirianna em 04/01/2019
Código do texto: T6542808
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