SILÊNCIO DAS ALMAS

Silêncio!

Silêncio! Aquieta-te!

Aquieta-te meu eu!

Venho humildemente,

Pedir seu silêncio!

Silêncio à que ouçam...

Que ouçam o gemer

Que geme a minh’alma!

Após tanta calma

Não diz seu dizer!

Mas o que dizer?

Dizer o que sente?

Apenas fazer...

O que vem a mente

Pra dizer somente

Como num repente

Querer renascer!

Silêncio!

Silêncio, escute...

Ferinas pancadas,

Pancadas! Invés...

Na alma cansada

De lavar os pés

E cair aos pés

Das almas calçadas!

Calçadas e portas...

As portas trancadas

As chaves perdidas

Perdidas, jogadas

Ou desperdiçada

Na vida corrida

Dessa longa estrada!

Mas não há silêncio!

Só muros, fachadas

Múrmuros almas mortas

Ou almas cansadas

De baterem às portas

Nessa vida torta

Nem portas, nem nada!

Desperta, oh Minh ‘alma!

Sei que ainda é noite

Mas já madrugada!

Passou meia-noite

Sem luz, quase nada

Em meio aos açoites

Já finda o pernoite

Já vem alvorada!

Silêncio!

Escute o sonante

Das aves cantando

Espinhos cortantes

Árvores embalando

Folhas verdejantes

Pingos gotejantes

Das almas chorando.

Essência do amor...

Oh! Onipotente!

S’inda houver valor

No resiliente

Adaptador

Me sare esta dor

Dessa alma vivente.

Silêncio!

Enfim, olhe agora

Retire o capuz

Desperta que é hora

Teu valor faz jus

A luz da aurora

Tua paz aflora

Nessa eterna luz!

Thiago Alves

A Arte de Thiago Alves
Enviado por A Arte de Thiago Alves em 25/07/2018
Código do texto: T6400331
Classificação de conteúdo: seguro