PESADELO
Bom dia, diz a escuridåo das 7h.
Então acordo os números e os reconto em busca da falta que
Prepara um outro momento,
quase um ríctus.
O café, posto à mesa, busca uma boca para amargar.
Cheira a torrada negra
nas garras da grelha do aparelho.
Mesa posta,
sentam-se os fantasmas
que fazem a noite continuar sem fim.
Um ri, um chora, um gasta a hora
No rosto de desgosto.
No coro do roer,
Um ri escandalosamente,
Mas um e cada um mente.
Devoram-se os restos do passado.
Todos de sapatos de sola suja e gasta.
Mas há muito a caminhar
E o caminho pede a busca
Louca, escura,
Tudo....menos impura.