LOUCO, SIM

Meu ser desajeitado e confuso

Não tem um gesto sequer,

E tudo é tão obtuso,

Que na parede difuso,

Está um quadro como outro qualquer.

Minhas relíquias a desvendar

Quem as queira que as leve,

Eu vago por mim, a me procurar,

Sem sequer saber se vou lá estar,

Nesse momento que se quer breve.

Louco, sim, porque nunca soube

Ao que vim,

Só que em mim tudo coube,

O que nem eu aprouve,

Nos momentos mais cientes de mim.

Quem sou eu, afinal,

Um rio que corre sem nascente,

Um qualquer animal,

Que, por sinal,

De ninguém é pretendente.

Jorge Humberto

03/07/07

Jorge Humberto
Enviado por Jorge Humberto em 06/07/2007
Código do texto: T554432