O Sapato
Pisado, imundo, arrastado no chão,
como um bom vagabundo,
sirvo a quem me veste,
vivo a quem me calça
E ao fim do dia,
me jogam de lado
sinto a madeira fria
de um dia de inverno
bem ao lado de um terno,
estirado, amassado
cumprira seu trabalho
mas fora deixado de lado,
a ser vitima do tempo
E passos se seguem,
percebo me virar e levantar,
Ai! Estão me puxando pelo cadarço
não paro de balançar, espero que não caia!
ufa, acabou! Me vejo no escuro
debaixo de uma cama a esperar o turno
de ser util de novo, de me sujar de lama