Vaguidade
Há uma visita indesejada em
meus pensamentos.
Quase uma ironia alegre
e dançante. Que enfeita-se,
com a minha própria lucidez.
Atiro-me então no penhasco
dos lúdicos e pensadores.
Quero espatifar-me no leito
da dor de pensar. Abstrair a consciência
inconsciente e afundar-me na meditação
gloriosa e persuasiva.
Vago sem menos perceber
e uma platéia alucinada
me aplaude por mil anos.
Eu atuo e todos realizam
os meus desejos, os meus defeitos.
Eu sou a cega persuasão.
Na sombra dos meus atos
então descanso. Preciso adormecer,
descansar nessa essência ludibriada.
Esquecer-me.