O DIA DO BANANA
(Samuel da Mata)
Quando a vi assim, dourada ao sol, cabelos esvoaçantes ao vento
Despi-me da timidez e fui ao seu encontro, em louco atrevimento!
Logo eu, um mero banana, de olhar meloso e apaixonado
Querendo ter nos braços a rainha da horta, mas que pecado!
Mesmo assim ousei, fui em frente, desse no que desse
Sentir-me-ia mesmo um morto se assim não o fizesse
Poderia eu fugir agora da resposta às minhas preces?
Melhor a nudez do desengano que do remorso as vestes
Não sei se por desvairo ou se por pura compaixão
Lançou-se trêmula nos meus braços num beijo de paixão
Foi um momento só, mas jamais esquecerei aquele dia
Em que um banana foi o rei no baile das fantasias