A FORMIGUINHA
(Samuel da Mata)

Cruzou uma formiga o meu caminho
E num reflexo tolo, desviei meu pisar
Assustei-me então, vendo-me assim em seu lugar

Quantas delas já não pisei indo ou vindo?
Se ela vive ou se morre, a quem importa?
Mudará por isso, o mundo a sua rota?

Quem contabiliza as que perderam o rumo?
Quem porventura estabeleceu suas metas?
Receberá críticas ou elogios por sua tarefa?

Alguém lamentará seus infortúnios?
Há por acaso um leito vazio à sua espera?
Sentirá alguém à noite, alguma falta dela?

Olhei pra o céu, e vi-me então uma formiga
Diante do mundo e do tempo, o que é a minha lida?
Pura presunção, mancha de nada em mão vazia

Pus-me de volta ao meu caminho, feliz da vida
Pois mesmo que esqueçam a mim os que eu prezo
Vela por mim, e me acalenta um Deus eterno
Samuel da Mata
Enviado por Samuel da Mata em 27/10/2013
Reeditado em 07/09/2015
Código do texto: T4543911
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