A FORMIGUINHA
(Samuel da Mata)
Cruzou uma formiga o meu caminho
E num reflexo tolo, desviei meu pisar
Assustei-me então, vendo-me assim em seu lugar
Quantas delas já não pisei indo ou vindo?
Se ela vive ou se morre, a quem importa?
Mudará por isso, o mundo a sua rota?
Quem contabiliza as que perderam o rumo?
Quem porventura estabeleceu suas metas?
Receberá críticas ou elogios por sua tarefa?
Alguém lamentará seus infortúnios?
Há por acaso um leito vazio à sua espera?
Sentirá alguém à noite, alguma falta dela?
Olhei pra o céu, e vi-me então uma formiga
Diante do mundo e do tempo, o que é a minha lida?
Pura presunção, mancha de nada em mão vazia
Pus-me de volta ao meu caminho, feliz da vida
Pois mesmo que esqueçam a mim os que eu prezo
Vela por mim, e me acalenta um Deus eterno
(Samuel da Mata)
Cruzou uma formiga o meu caminho
E num reflexo tolo, desviei meu pisar
Assustei-me então, vendo-me assim em seu lugar
Quantas delas já não pisei indo ou vindo?
Se ela vive ou se morre, a quem importa?
Mudará por isso, o mundo a sua rota?
Quem contabiliza as que perderam o rumo?
Quem porventura estabeleceu suas metas?
Receberá críticas ou elogios por sua tarefa?
Alguém lamentará seus infortúnios?
Há por acaso um leito vazio à sua espera?
Sentirá alguém à noite, alguma falta dela?
Olhei pra o céu, e vi-me então uma formiga
Diante do mundo e do tempo, o que é a minha lida?
Pura presunção, mancha de nada em mão vazia
Pus-me de volta ao meu caminho, feliz da vida
Pois mesmo que esqueçam a mim os que eu prezo
Vela por mim, e me acalenta um Deus eterno