Rituais da alucinação
Sobre o sol eu repouso;
ainda permaneço em calafrios,
e os meus pensamentos
se diluíram no abismo da alucinação.
Esta noite acenderei velas
para iluminar a minha alma
e junto aos espíritos da noite
vou cortejar a dança dos vultos.
Clamarei durante a madrugada,
os meus suspiros de ilusão.
Beijarei a face da tristeza
para implorar-lhe um súbito sorriso.
Em minhas preces ateei fogo,
afim de que suas cinzas planem
para o calvário dos pecadores
e que retornem a mim, a custo de honra.
Eu estou concentrado, em profunda meditação,
não sinto a vida nem a morte.
Eu cheguei a um estado de vazio
que nem o infinito a de me superar.