ESTRANHEZA DE ESTAR VIVO
Acordo angustiado e pensativo
Triste demais, sem qualquer motivo
Sentimento intenso e primitivo
Talvez, estranheza de estar vivo
No peito, o coração ainda bate
Na porta, o cobrador também bate
No campo, o zagueiro rebate
Na rua, um cão solitário late
Enquanto ninguém nem nota
O horror rondando a nossa porta
O coágulo assassino na aorta
Na vidraça, um pingo de tinta
Tudo tão estranho e incerto
Lá fora, o mundo escuro e deserto
Sem viva alma por perto
Somente eu, ansioso, desperto
Mas, bem rápido me aprumo
Sugando, da vida, o sumo
Do mundo, subindo ao cimo
Enquanto não passa esse assomo. . .
- por JL Semeador, em 10/08/2012, despertando na Lapa, sem saber se alegre ou triste -