Mais do mesmo
A mesma noite densa de outubro.
A mesma nuvem negra carregada.
A mesma mão que por entre os
Dedos se vê cerrado e embaçado.
Que envolve a terra, o céu e a si próprio.
Mais dos seus pensamentos se fundiram
Na mesma coisa.
Impenetrável, estranho, indecifrável,
Ando por eles e no mesmo abismo caio.
A mesma aflição contínua
O mesmo não.
Uma mão que me envolve, envolve a terra
E em segundos tudo esmaga.
Uma nuvem estática suplica um vento sul,
Sem destino por momentos fica,
Eternamente fica. Um coração que suplica,
a mesma boca que vomita.
Autor Irineu Magalhães