Ide de mim a mim
Antes nunca do que tarde
O derradeiro sentimento me tome
Esse carmim que em mim se encarde
Sem anelos e amarras me consome
Antes agora do que jamais
Essa vitrola e teu cântico desvairado
Calafrios de uma suposta alvorada
Entorpeci-me teu fugaz vozeado
Cem por Cem, prefiro sem,
Nada por nada, prefiro tudo,
Embora agora nenhum vintém
Vai me abstrair desse absurdo
Amo-te a mil e a migalhas
E antes que um grito se faça mudo
Praguejo versos nada incultos
Em minha doce gargalhada
Ante os passos que me levam
Ante os ventos que me trazem
Nas amarras que me fazem
Sentimentos que me regam
Ante os olhos que me vejo
Pelos lábios que me julgo
Seja meu mal também meu gracejo
E minha cabeça meu sepulcro.
Carlos Roberto Felix Viana