OS GATOS
Um preto, um cinza, um pintado
olhavam desconfiados o ilógico zoológico
sentaram os três de olhos vítreos
inertes como porcelanas peludas
ferinos felinos com poses de bibelôs
Acarinhavam-se de fazer inveja
grunhindo frases incompreensíveis
caminhando majestosamente
pelo corredor vazio
Estavam de olho na marmita velha
um frango morto, com cheiro
o bolo na esperança do prazer
ninguém fazia aniversário
no mês do cão louco
O preto macho ameaçador
entre o cinza e o pintado
trazia a liberdade
de andar ao sol