Mãe preta, pai preto
Idade não interessa
na certidão de nascimento
por simples erro
estava escrito Cor Parda
Cresceu nos bancos dos brancos
brincando de mocinho e bandido
sem nunca ficar com a mocinha
Acordou poeta de versos e prosa
viajou em bares, defecou em mancos
beijou bocas de amores e ódios
O que os olhos viram o poeta pariu
as dores, as cicatrizes, as injustiças
esculpiram o corpo, iluminaram a alma
A dança, a música, a vida, o inexplicável
convivem com o eu poeta
dividem a alegria de ser negro
e não distante existe uma África
uma história a ser contada
Em Jorge
mora uma vontade,
uma verdade, um clamor,
um grito de amor, um apelo,
um negrume por igualdade•.
Nascido às 24 horas de uma sexta feira, 23, Jorge Amâncio é aquariano de 1953, carioca, teve uma rápida tietagem com o rio Tietê, vindo para Brasília em 1976. Licenciado em Física pela Universidade de Brasília (UnB) em 1981, lecionando
desde então na Secretaria Educacional do DF.
Pós Graduado em Matemática, ativista de movimentos sociais de luta contra o preconceito racial. Clama por igualdade entre todos os seres de quaisquer vontades, e sem perder o sotaque, tem Brasília como sua cidade, seu crescimento e seu amadurecimento.
Tendo sua primeira poesia publicada pelo jornal Raça do M.N.U (Movimento Negro Unificado), no início dos anos 80s,
Contos e Poemas - prêmio Sinpro-DF - 1985,Fala Satélite Gama, 1986, Poemas e mais alguns dilemas 1987;
Coletivo de Poetas - Sindicato dos Escritores no DF – 1992/94; Grito Logo Existo revista literatura, 1982;
Rádio Jornal, 2o Concurso de Poesia –1992,Zumbi - ed. OMO AIYÊ1995; VIII Concurso Literário Asefe - 2000,
e recitais com o Coletivo de Poetas, Tribos das Artes,
T-bonne, Feira do Livro DF, 1ª BIP(Bienal Internacional de Poesia) e onde houver poesia. coordena junto com o poeta Marcos Fritas o Poemação evento que ocorre toda a primeira terça feira do mês na Biblioteca Nacional de Brasília
Livro solo, NEGROJORGEN – ed. Thesaurus- 2007.