" OFEREÇO-ME LORQUIANO "
Ofereço-me em carne viva para ser
devorado por cem tigres de olhos tristes.
Digo verdades e escrevo na areia
um silêncio de barcos e partidas,
barcos à deriva que tingem de
espanto
as marcas da minha fronte.
Ofereço-me em carne viva,
mas o que farei com o eco desses vales
cobertos de macieiras próximas da lua
posta em minhas mãos.
Oh! Coração no gemer da alma mordida!
Ai voz de meu sangrado coração,
quero chorar como choram os infantes
e sentir a definitiva brancura do marfim.