CHUVA EM VENEZA
Chovia em Veneza,
mas nem parecia.
Chovia, também em Paris,
mas não havia tisteza,
só alegria,
apesar de um leve toque gris.
A lâmina e a pedra,
drama ou alucinação
de uma noite de paixão,
na manhã,
já não existiam.
Porém, os veios de sangue
com gosto de mar,
que pelas coxas da ninfa escorreram,
das ondas, ainda medra,
numa voluptosidade sã,
que não há mortal que estanque,
a não ser pelo poder de amar.
Choveu em Veneza,
num dia - ou seria noite - iluminado,
em meio a tanta incerteza,
que já nem me lembro quando. . .
- por JL Semeador, em 17/03/2011, às 00:02h -