AMANHECER SURREALISTA
Amanheci surrealista.
Querendo aproximar coisas estranhas.
Juntei numa mesma lista:
Canários e aranhas;
Pastéis e Dostoievsky;
Computadores e rádios de pilha;
Um cão - não de verdade e um caqui.
Trazendo, à manhã chuvosa, novo sentido,
Ou, quem sabe, uma armadilha. . .
Tudo fora de seu lugar.
Tudo dentro de absurdo contexto.
Mundo repaginado, pegar ou largar:
A mulher que passa de vestido preto;
O trem que trafega rumo ao vazio;
O livro vermelho, de conteúdo pressentido,
Invadindo a imaginação, feito naufrágio;
Tentativas de conversas dificultando o entendimento.
Quero, urgentemente, uma cerveja e um colírio.
Preciso urgentemente enxergar a vida: Ela, nítida; eu, bêbado!
- por JL Semeador, em 11/12/ jan/2011 -