DIÁLOGO TÂNTRICO

após cada palavra um coito

um coice que deixa ancas abertas

expostas, ofertadas

a entrada fulva e ardente por onde só passam loucos

cheia do líquido ambrosiano que só o bebem os ébrios de vida.

somos viciados em ser amantes

como os tântricos gozamos e não gozamos

fazemos amor com sexo e sexo sem amor

fazemos poesia

jamais relaxamos,

cada dose pede uma investida maior

mais prolongada...

nos prolongaremos, prolixos

partituras sem fim do canto lírico

num canto do lixo

onde os bêbados repousamos nossos sonhos de liberdade...