MISCELÂNEA

veja meu olhar enxergando linfas em miríades, gotas caóticas que desafiam as lógicas, as práticas, as intenções, chuva policromática, errática, exacerbado lampatana que percorre aterros, vive seus erros, chora esta colisão, onde estavam o certo e acerto no átimo da concepção? sou ocasos, pretório vasto e diletante que esconde a covardia no sarcasmo da sobrevivência, polivalência, protuberâncias, insistes? não te aturo, juro que pulo o abismo e caiu em seu quintal, meu affair, meu mau, minha insistência descontrói a questão... sou sim e não, afirmação do tratante, tratado assinado e rasgado pelo herói, isto dói? quem queima a mão não arde o peito, sem jeito ficamos quando eu te pedi que partisse, sem se voltar para trás foi-se para a volta maior que a volta da terra e veio-me por trás, coisa que não se faz, agora sou eu quem tenho de ir, plantado que fui aqui, vou-me para mim, me entranhar, violar meus acessos e bolir meus desejos, incestuoso ser, me beijo, me chupo, me cuspo, sob seus pés, ileso, sai de mim, sofri mas nasci, ainda repousa ali o carinho que tu me negastes, agora eu o recuso, uso minhas próprias penas com pena de mim... sou assim... já disseram, não sei o que quiseram dizer, mas foi isto, foi visto, rido, dançado, sou algo de bom que faz mal, sou orgulhoso, garboso, telúrico e etéreo, sou massa crua, sou barro queimado, sou carne ferida, sou palavra perdida, sou tudo aquilo que me faz crer que eu seja, veja meu olhar enxergando o reflexo em linfas, distorcidas, correntes, límpidas e tépidas, não sou eu, é o rio quem sou, é ao mar que vou pororocar, ele me entra eu o penetro, amálgama, sabia que iria te usar, afinal, o sentido disto tudo é apenas desvendar o substantivo hermafrodita que se despiu numa página qualquer, excitou todas as partes de meu encéfalo, do cerebelo ao falo, dos olhos à língua, esta prostituta portuguesa que nos é sem nos pertencer...veja meu olhar, é delírio puro, deleite, enfeite...cubra-me com a mortalha rubro-verde, é chegada a hora do descanso. final???? afinal, nada que começou no acaso termina numa trama. ria, até chorar, ria, é minha apoteose enxergar-me em seu olhar...