CINZA

No silêncio quebrado

Da noite

Que o latir dos cães

Propõem

E o frio nocturno

Acentua

No rio a prata

Nos olhos a lua

Azuis pálidos

E esmaecidos

Que dos muros de pedra

Granítica

Se estão soltando

E que como sombras

Fantasmagóricas

No chão deslizando

São já estes animais

A meus olhos presença

Por buscá-los

Certeza nos olhos

Dou por findo

O cigarro

O travo

Com que redefino o silêncio

No regresso

Ao mais interior

Do quarto

Solidificado

Jorge Humberto

(12/07/2003)

Jorge Humberto
Enviado por Jorge Humberto em 20/08/2006
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