Insônia

Insônia

Se cala, não fala,

De maneira matreira, sutil,

No frio do outono,

Inverno, inferno.

Infiel desejo,

Anseio, suspiro,

Me calo, não falo,

Penso, logo desisto,

Pretendo, insisto,

Desalento sutil,

Primaveril,

Dança na fumaça do meu cigarro,

Pensa, me odeia,

Humilha-se em ponta de bala,

Na navalha da guia afiada,

Finalmente fala.

De útil não sai nada,

Desanima, se cala.

Bebo do seu silencio inquieto,

Fico quieto, penso,

Não faço, ainda me calo.

Vendo estrelas dançantes no céu gelado,

Calado, resfriado.

Te uso, abuso,

Pensa que não sei,

Que nada sei,

Mas se julga egoísta,

Sufoca e desanima,

Suspira e me xinga,

Sai sem dizer nada,

Afaga minha dor sem brio,

No gelo do inverno sutil,

Sem céu cor anil.

Me deixa, me abandona,

Nessa completa insônia.

Minari
Enviado por Minari em 15/10/2009
Reeditado em 10/03/2023
Código do texto: T1868176
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