O palco
O palco
A vida certa se perde nos intervalos
E se salva no infinito
Porque é a vida,
E não o infinito;
E porque ainda vive,
Reticente numa nova invenção
E antológica porque se concentra
À própria força.
O sol desce
E com ele meu termo num giro
Como um túnel.
Do que minha alma dista
A custo me retenho
Na sintaxe do embalo
E os fios ao que ignoro
Aquecem de soslaio toda a beleza
/descuido da concepção./
O tempo absorve o sol,
Luz do presente
Enquanto não vem
Descortino alçapões
Colonizo um jeito de fugir
Sem medo nem esperança.
/Na sua forma de mito,
Meu corpo liberto de minha liberdade,
Iludido sem ilusão./