Menina-natureza
O dia nascera entediado e o sol, tímido
Mas ela não desistiu de sair,
Afinal, criança que é, queria brincar
E foi num inesperado condão que, de repente
Ela tirou do bolso uma borboleta
E se vestiu de verde-folha
Pôs no cabelo uma flor cor-de-rosa
E no sorriso um lindo sol
Depois foi brincar,
Aproveitando o belo dia que teceu para si
Até que o dia se pôs
Então Natureza ficou a ver o pôr-do-sol,
Pensando nas travessuras daquele dia
Quando libélulas prateadas sopraram pó de sonho
Nos pequenos olhos que, pesados de sono
Se fecharam docemente, num sorriso encantado
Foi quando Natureza escolheu ser sempre menina
Para poder tecer o dia mais bonito
E, de noite, dormir junto das estrelas
Embalada pelo luar