UTOPIA ...
Um dia, o poeta fez um poema da sua vontade
e o lápis do poeta
era tal qual o dedo da bondade
numa auto-biografia.
Que esperanças vãs ! Que ingenuidade:
eu queria ... eu queria ...
Que pássaro perdido, a empurrar o mundo
só com a força da fé,
num esforço titânico profundo,
sem apoiar o pé !...
E ele sonhou com a luz, e ele augurou a paz,
mas não pôs luz na treva, nem desfez a guerra.
Fez um poema todo de “eu queria”,
mas aquela utopia
não se fez, nem se faz!
........................
No outro dia, o poeta acordou
do grande sonho dos desejos bons,
e o homem comum que estava nele
recebeu a mensagem de bondade
que o poeta mandou,
e sorriu com o espírito acordado,
estúpido e desencantado
dos homens comuns !
Ah! A grandiosidade da vontade do poeta:
eu queria ... eu queria !
Oh! A pequenez de espírito dos homens comuns:
utopia ... utopia !
Élton Carvalho