Cidade pacata do interior
Naquela cidade pacata do interior
A tradição era sentar-se no banco da praça
Tomar um gole no boteco para combater o frio ou calor
Encerrar a noite com o bate papo nas calçadas das casas
Existia também a senhora que não saia da janela
Dali tudo observava e tirava as suas conclusões
Sem sair da sua casa, dava notícia do que ocorria
Sem mesmo ouvir alguém, sabia dos namoros e traições
Aos domingos a missa na igreja matriz
Onde o padre chamava todos à conversão
A visita seguinte era aos amigos e familiares
Aí o bate papo era regado a café ou delicioso pirão
A vida mudou, a correria aumentou e pouco se vê das tradições
A família quase não se vê e poucos sentam a conversar
Os pedidos do gole e dos petiscos são via ifhones
Até os canais fofocas e novidades buscaram modernizar
Hoje são perfis de Watsapp, Facebook, até nome difícil adotaram, os influencers.
Fica em todos a preocupação, dar as mãos e conversarmos mais
A má interpretação da liberdade de expressão é outra preocupação
O tempo urge em colocar limites nas redes sociais
Não é censura, mas apenas moderação, sob pena da mentira sobrepor a razão.